quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Filhos

Essa semana estive conversando com meu marido sobre o filho de uma amiga em comum.Desempregado,vinte anos,brigou com a mãe e saiu de casa,engravidou a namorada pela segunda vez.E conversando me perguntei, quando isso acontece, em que momento de nossas vidas fazemos algo que muda o curso das vidas de nossos filhos,qual é o gatilho que inicia esse processo?Como nossos filhos se tornam completos estranhos?Como aquele bebezinho enrugado e com cara de joelho se torna esse jovem homem,tão perdido,tão errado?

Como mãe e crente,essas questões fazem eco ao meu medo de falhar com a responsabilidade que tenho na vida de minha família,de meus filhos; de ser exemplo de comportamento, orientação espiritual, ser aquela pessoa que vai ensiná-los a andar no caminho de Deus. Quando me converti, meu filho mais velho já tinha 4 anos, estava grávida do segundo e dois anos depois ganhava o caçula.E considerei uma benção poder começar a criação dos mais novos já podendo contar com a ajuda e orientação da palavra.Nesse anos passados tenho tentado cumprir meu papel na vida deles de forma que possam construir suas personalidades de acordo com a vontade de Deus.

Alguém disse que nossas vidas são feitas de escolhas.E quando penso nisso me vem a memória datas importantes de minha própria vida,o dia do meu vestibular,o dia de meu casamento,o dia que decidi trabalhar,o dia que decidi sair do emprego pra ser dona – de – casa em tempo integral.Lembro com clareza de cada um desse momentos. Como toda decisão,foi algo intencional,algo pensado e pesado.Listei mentalmente as conseqüências de cada uma dessas ações e fui em frente certa de que a atitude tomada tinha sido a acertada.Quem disse que a vida é feita de escolhas certamente trilhou o mesmo caminho várias vezes.Afinal viver engloba um número considerável de decisões. Então,quando decidimos transformar nossos filhos em projetos de pesadelos?Onde intencionalmente,ensinamos nossas crianças a serem exatamente o que decidimos que seria inaceitável?

Creio ser no dia a dia mesmo, na hora em que estamos conversando com a amiga pelo telefone e uma briga de irmãos começa.O papo está tão bom,são só cinco minutinhos de folga e eles passam a se bater enquanto você tapa o bocal do telefone e diz que parem com isso agora mesmo e que quando você desligar....humm... eles vão ver;nessa hora, descortinamos o mau caminho na frente deles.Tenho certeza,de que naquele momento em que você se senta na frente do computador só pra checar seu orkut,ou da TV só pra ver uma parte daquele seu filme favorito e seu filho interrompe pra te falar que o amigo dele tem um MP10 e perguntar,claro,se existe MP10 e você responde seu bem intencionado “Humrum!” você está se tornando alguém que não o conhece.

Pode parecer exagero(aliás,eu sou exagerada mesmo).Mas creio que as escolhas que fazemos em nossas vidas são todas significativas.A blusa que você decide usar com uma camiseta por baixo por que é muito decotada e você não quer passar a mensagem errada sobre você,é uma escolha sim que afeta sua vida.Então,por que crer, que esses pequenos momentos de grandes erros com nossos filhos não vão afetar a criação que você dá a eles.Faça o comparativo,uma mãe que mesmo não desejando,diz a amiga que vai desligar e se volta pra seus filhos,com sua atenção(não sua frustração) direcionada ao problema deles,não passa a mesma mensagem que uma mãe que tenta fazer o cascudo alcançar a cabeça do filho ao lado.Desligar seu computador,pode sim ser interpretado como prova de amor,seu orkut pode esperar,seu filho não,ele vai continuar crescendo e assimilando seu comportamento seja certo ou errado minuto após minuto.

Tudo o que fazemos conta,tudo deve ser feito de forma intencional. A criação de meus filhos deve ser norteada pela palavra de Deus,pela vontade de Deus para minha vida,pelo exemplo que Cristo me deixou. Não apenas nos domingos de culto devo me comportar de forma coerente com isso,mas em minha casa,com meus filhos,meus próximos mais próximos.Não só com meus irmãos da congregação,mas também com meus filhos devo ter paciência de ouvir,disposição de servir e a decisão de suportar as agruras e doçuras de conviver com outros filhos de Deus. O cotidiano pode ser sua arma mais potente para incutir os valores do reino na vida de seus filhos ou o inimigo mais dedicado em desacreditar sua fé.Você é o que você faz,suas atitudes.

Sim,dá trabalho criar filhos,dá trabalho investir sua vida na construção da sua família.Dá muito trabalho viver o cristianismo 24 horas por dia,sete dias por semana.É muitas vezes um sacrifício fazer o que deve ser feito.Mas dá resultado.De uma forma ou de outra vamos colher os frutos de nossas atitudes em nossas vidas e nas de nossos filhos.Vai chegar o dia em que você vai se perguntar onde foi que errou ou se sentir satisfeita por ter feito as escolhas certas.Que Deus possa ser sua bússola e Sua palavra o manual de instruções na criação de seus filhos.Acredito que é isso que vai fazer a diferença no seu futuro.

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